quarta-feira, 30 de maio de 2007

[STARS]

The stars shine in the sky,
In your face and heart
The night seduces you as the gravitational weight
You try to run away,
But this is stronger than you;
You want some aid,
But there’s nobody else.

If somebody says what you want to hear
Your heart opens, and this can blind you,
Equal to a mirage that feeds the illusion
Of finding the place of your dreams.

You follow alone
Your mind goes on...
You run away from the world,
But the world is you.

([Stars], letra de de P., música nova da Madalena Moog)


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Do aprendizado coletivo:




"Rir é arriscar-se a parecer louco. Chorar é arriscar-se a parecer sentimental. Estender a mão é arriscar-se a se envolver. Expor seus sentimentos é arriscar-se a expor o seu eu verdadeiro. Expor suas idéias e sonhos em público é arriscar-se a perder. Viver é arriscar-se a morrer. Ter esperança é arriscar-se a sofrer decepções. Tentar é arriscar-se a falhar. Mas... É preciso correr riscos. Porque o maior azar da vida é não arriscar nada... Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são. Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza. Mas assim não podem aprender, sentir, crescer, mudar, amar, viver... Acorrentadas às suas atitudes, são escravas, abrem mão da sua liberdade. Só a pessoa que arrisca é livre... Arriscar-se é perder o pé por algum tempo. Não arriscar é perder a vida..."

[Sören A. Kierkegaard, filósofo, teólogo e... louco]

sábado, 26 de maio de 2007

"BOEMIA, AQUI ME TENS..."



Moro na Lima e Silva, Cidade Baixa (Centro de Porto Alegre). A Lima e Silva, que cruza (bela palavra essa) com a Rua da República, é a rua mais movimentada da noite de Poa. Isso se explica, sem muitas dificuldades, pelas proximidades com o Campus da UFRGS e pelo grande número de universitários que moram pelas redondezas. Os bares e clubes que realmente interessam estão por aqui; e também o povo doido, meio metido a hippie, metido a alternativo, mrtido a mods, metido a isso e aquilo... De modo que, batendo o tédio - e ele sempre bate -, é só entrar no elevador e apertar o botão T. Saindo do prédio, tchan, tchan, tchan, tchammm... Lima e Silva.
Dia desses, tarde de um sábado (na verdade, 19 de maio), saí com um amigo (o Gelson) pra tomar um café ali perto da Redeção. Sabadão, dia bonito, dicidimos passar pelo meio do parque. No arco, em frente ao lago, tava rolando uns shows. O Alemão Ronaldo tava tocando - parece que por ocasião do "Dia da Solidariedade" - e paramos pra ouvir o bicho executar aquele que é o seu maior hit, e que que diz assim: "Me leva pra casa, me pega no colo, me faz um carinho, me mata de amor..." No final da canção o bicho começou a falar de um show que fez lá na Bahía, e que a Ivete Sangalo tava com ele no palco cantando essa mesma música, mas falando assim: "Me leva pra praia, me pega no colo..." O Alemão, com todo aquele humor que lhe é peculiar, não parava mais de falar do tal episódio. "Me mata de amor?..." pensei na letra original, e na merda que é isso... "Vamos embora, Gelson", me revoltei. E fomos mesmo. Lá no Café Cortado ganhei um exemplar da revista Cidade B (ano 01, abril/maio, nº 04), que é distribuída gratuitamente.
Pois bem, é nessa revista (pág. 60) que se encontra o Estatuto da Chatos Associados da Cidade Baixa, que transcrevo, abaixo, na íntegra - crendo cumprir, assim, o me papel... social. Bah!



Estatuto da Chatos Associados da Cidade Baixa
Art 1º. A Chatos Associados da Cidade Baixa (CHACIBA) é uma entidade de natureza privada, sem fins lucrativos, políticos ou partidários (apesar de forte orientação esquerdista-revolucionária), constituída nos termos da Anarquia Civil, com prazo indeterminado de duração (infelizmente), sede no Bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, e que tem por objetivo:
I - Promover discussões improdutivas, desinteressantes e sem sentido.
II - Estimular a revolução e a rebeldia sem causa.
III - Promover e estimular debates referentes a "eco-chatices", como a preservação das abelhas cerecas da Letônia.
IV - Venerar incondicionalmente ícones como Che Guevara, Fidel Castro, Hugo Chávez e Heloísa Helena.
V - Difundir o comunismo e as formas de organização social comprovadamente ineficazes.
VI - Promover o ódio e a renúncia total aos ícones do "imperialismo norte-americano".
VII - Valorizar as artes alternativas e não pertencentes à "terrível indústria cultural".
VIII - Estimular o ódio à Rede Globo (mesmo que os membros tenham o hábito de assistir o Big Brother só para "ficar por dentro").
IX - Resgatar o movimento hippie.
X - Fomentar a adoração de minorias e excluídos de qualquer tipo e natureza.
XI - Apresentar sugestões furadas para resolver os problemas da humanidade.
Art. 2º. A Associação é constituída de:
I - Hippies, filósofos, sociólogos, antropólogos, músicos, artistas, boêmios, revolucionários e todo e qualquer tipo de pseudo-intelectual aprovado pelo presente estatuto.
Art. 3º. São direitos dos sócios:
I - Falar bobagem à vontade.
II - Considerar-se intelectual e mais evoluído do que o resto da sociedade.
III - Promover passeatas, motins e manifestações em protesto a qualquer causa que seja.
Art. 4º. São deveres dos sócios cumprir as disposições estatuárias e regimentais da Associação.Parágrafo único. Poderá ser excluído da Associação quem, por sua conta, mostrar-se indigno de pertencer ao seu quadro, incorrendo em uma das seguintes infrações:
I - Consumir produtos ecologicamente incorretos.
II - Consumir produtos-símbolo do imperialismo norte-americano (como Coca-Cola e McDonald's).
III - Freqüentar locais com qualquer nível de refinamento.
IV - Vestir-se com roupas "de marca" ou de valor igual ou superior a R$ 9,90.
Art. 5º. Os sócios não respondem, nem mesmo subsidiariamente, por porra nenhuma.
Art. 6º. A Associação só será dissolvido por decisão da maioria absoluta de seus membros, em Bebedeira Geral Extraordinária, especialmente convocada para esse fim. Ou seja, nunca.
Art. 7º. O presente Estatuto pode ser reformado, a qualquer tempo, por decisão da maioria absoluta dos associados (nunca se sabe quando um presidente, que já foi a solução para todos os problemas, vai mudar totalmente de lado e fazer coligações com partidos de extrema direita, né?), em Bebedeira Geral Extraordinária, e entrará em vigor na data se seu registro.
Art. 8º. Os casos omissos não serão resolvidos, afinal, a gente fala, fala, fala, mas não faz merda nenhuma.
Porto Alegre, abril de 2006
[Estatuto elaborado por Igor Manfro, ruivo, resmungão e bêbado]
Do Aprendizado Coletivo:

“Nunca permita que alguém seja sua prioridade enquanto para ela você for apenas uma opção”





quarta-feira, 23 de maio de 2007

[STARS]

As estrelas brilham no céu,
No seu rosto e no seu coração
A noite te seduz como o peso gravitacional
Você tenta fugir,
Mas isso é mais forte do que você;
Você quer ajuda,
Mas não há mais ninguém.

Se alguém diz o que você quer ouvir, seu coração se abre,
E isso pode te cegar, igual uma miragem que alimenta a ilusão
De encontrar o lugar dos seus sonhos.

Você segue sozinha,
Sua mente se vai...
Você foge do mundo,
Mas o mundo é você.

(Tradução de "[Stars]", letra de P., música nova da Madalena Moog)



TEXTO:

POR QUE NÃO BANIR O ROCK AND ROLL?



Pela velha peneira do rock passa uma juventude cansada e perdida. Desde 1954, com o lançamento de "Rock around the clock", de Bill Halley, a humanidade vem sendo torturada por um bando de cabeludos fedorentos, obcecados com a idéia de substituir a música pelo arroto. Uma delinqüência juvenil que há décadas tornou-se especialista em justificar o próprio retardo genético-intelectual por meio da promiscuidade estético-comportamental. Uma corja de vagabundos - como Elvis Presley, John Lennon, David Bowie e Kurt Cobain - que só serviu para contribuir na superlotação de presídios e manicômios pelo mundo afora.
Em todos os tempos, caro leitor, o rock sempre foi sinônimo de incompetência. E digo mais: essa merda só conseguiu sobreviver porque desenvolveu algo simplesmente fenomenal - a fantástica capacidade de seduzir os débeis mentais. Falo de um tipo de gente tão analfabeta que não consegue ler nem o selo do disco que acabou de comprar. Uma súcia de abobalhados que, no quesito estupidez, só perde para os chamados "repórteres do rock" - uma merda de suínos que não sabe escrever, entrevistando mulas que não sabem falar, para vermes que não sabem ler. Dessa forma, creio que já não restam dúvidas de que o rock é mesmo a "AIDS da música", como definiu o maestro Julio Medaglia.
Portanto, em face de toda essa problemática, observo que é tempo de tomarmos uma drástica providência. Em nome de nossa própria saúde fecal, precisamos dar um basta a todo esse fedor de cânhamo que paira sobre o mundo, asfixiando a civilização. Entretanto, acredito que o senhor deve estar-se perguntando como educar uma tropa de bestas que há mais de meio século bate o martelo da idiotice sobre nossas cabeças inocentes. Pois bem, a resposta é simples: "banindo definitivamente o rock da face do planeta".
Loucura? Não, higiene! E o primeiro passo para a limpeza do mundo, ao que parece, já foi dado.: no dia 25 de março, a Universidade do Vale do Rio dos Sinos, a Unisinos, deu início ao primeiro ano letivo do "Curso Superior de Formação de Músicos e Produtores de Rock", idealizado pelo compositor gaúcho Frank Jorge. Isso significa que dentro de dois anos e seis meses, a cruzada pela completa extinção da raça dos roqueiros terá alcançado o magnífico número de 40 vítimas. "No início, pareceu um negócio meio maluco", explica Jorge, o Salvador, e complementa: "A idéia não é formar grandes expoentes da música, mas pessoas que vão adquirir conteúdo". Na mosca!
O incentivo para o ex-roqueiro Jorge arquitetar uma "graduação em rock" veio, é claro, através da provocação de um anjo chamado Fabrício Carpinejar, um anjo muito sensato, coordenador do curso de "Formação de Escritores e Agentes Literários", também na Unisinos, que disse: "Vai, Frank! De uma ver por todas! Vai afinar o coro dos incompetentes!" Bravo, senhor Carpinejar!
Para isso, Jorge, o Messias, resolveu dividir o curso em quatro módulos. Quais sejam: "Construção de referências musicais", com leitura e discussão da obra de José Ramos Tinhorão; "Identidade musical e elaboração de repertório", com leitura (sem discussão) da obra de Hidelbrando Dacanal; "Preparação da carreira", sem leitura (mas com discussão) da obra de Luís Augusto Fischer; e "Castração musical", com leitura e audição da obra de Marcelo Camelo. Além disso, evidentemente, os alunos terão aulas de Direito Autoral, Ética e Bons Costumes. Segundo o ex-roqueiro, "quem se inscreveu no vestibular vai ter que ralar". Bravo, senhor Jorge! Bravo!
Pois bem, ilustre leitor: "banir o rock por meio de sua institucionalização acadêmica" - eis a solução que urge imediatamente ser exportado para o resto do país. (O que, aliás, já vem acontecendo: a idônea faculdade de Estácio de Sá, do Rio de Janeiro, divulgou que também planeja oferecer um curso semelhante, sob a orientação de ninguém menos que Roberto Schwartz!) Bravíssimo! E que sirva a façanha de Frank Jorge de modelo a toda a Terra!

[Prof. Ultimato de Azevedo, esteta, crítico musical e... deslumbrado]

segunda-feira, 21 de maio de 2007

há tantas auroras que não brilharam ainda...

E assim vimos o dia nascer, serena aurora sobre edifícios.
Outro dia o Márcio dissera, melancólico: viver é muito custoso!
Prova disso é "Stephanie says", música de Lou Reed, na gravaçãodo The Velvet Underground... não sai da minha cabeça. Prova disso é eu estar aqui, agora, escrevendo isso com a infinita sensação de "mais um blog que crio, pra deixar morrer à míngua..."

Mas, sobre o depois, quem sabe canções...
Quem sabe?
Quem sabe?

Não é todo começo, o começo de um fim?