segunda-feira, 9 de julho de 2012



SÁBADO BERRO D’ÁGUA, 1ª edição




Sábado, 7 de julho de 2012, 09:40, meu telefone tocando. É Emerson, avisando que não poderá tocar logo mais às 16h, porque “comi algo que me fez mal e estou vomitando e com a barriga bem ruim”, etc. Em suma: não iríamos (Madalena Moog) mais tocar no SÁBADO BERRO D’ÁGUA. O evento, encabeçado por Ilson, Jesuíno e Edliano, deveria ocorrer (e ocorreu) no pátio da loja Música Urbana, na intenção de arrecadar água para as cidades do interior, as mais atingidas pela seca deste ano. O nome é corruptela de Quincas Berro D’Água, de Jorge Amado, e foi dado por Edliano (Musa Junkie).
Ligo pros outros da banda, Valter e Jansen, guitarra e baixo, respectivamente: “Emerson me ligou e...” Jansen morre de rir com a história, dizendo: “O bicho deve tá se acabando lá no banheiro, etc.” Não preciso dizer o que significa o et cetera, né? Ligo para Ilson, para justificar a ausência da banda no set do dia:
– Ilson, fudeu! Nosso baterista acabou de me ligar e [...]. Mas, olhe, chego por lá antes, para ajudar no que for preciso.
Ilson lamenta, e pede que eu leve meu cubo de guitarra (um Laney), porque o dele anda dando problemas e tal. “Claro que levo, man!”, respondo.
13:27... agora é Ilson ao telefone, para mim:
– Pata, estamos aqui com uma garrafa de Jack Daniels e, se tu quiser chegar para compartilhar com a gente, será massa!
– Caraca! Chego já!

 

Cheguei.
Pessoal da Musa Junkie, Zefirina Bomba e Old Men School – Madrecita ainda não havia chegado –, as bandas envolvidas no projeto, estava por lá, carregando caixas, cabos, partes da bateria, e bebendo cachaça, cerveja, uísque... e era um dia bonito de ser ver.
Como não houve o já tradicional chorinho na Praça Barão do Rio Branco – cancelado em consequência da morte de Ronaldo Cunha Lima, ex-governador do Estado e político muito poupar por aqui –, o BERRO D’ÁGUA, marcado para as 16h., começou cinco minutos adiantado.

Old Men School, "Jesuíno na bateria. Palmas para Jesuíno!"

A Old Men School foi quem abriu às apresentações. A Old Man, na tiração de onda de Edy Gonzaga (guitarra e voz), é uma banda que existe para que Jesuíno André (bateria) possa tocar um instrumento; ele que tanto fala das bandas, e às conhece, et cetera et all. Tem ainda Igor Von Richthofen no baixo e vocal, e Fábio Jorge, voz e guitarra. O Quarteto despejou 5 músicas nervosas e com melodias que lembram bastante a NailsPop (antiga banda de Jesuíno e Fábio Jorge  vídeo de  Nagazaki flowersAQUI), incluindo uma que tornou-se clássica entre os que conheciam a banda: That SETUSA’s drive. Tocaram mais uma que, parece, estavam ainda ensaiando... Seja lá como for, foi a primeira – quiçá de muitas – apresentação da Old Men, e valeu muito a pena ter visto os caras em ação.

Madrecita, se garantido; fácil, fácil...


Depois veio o quarteto da Madrecita, fazendo aquela foi apena a sua segunda apresentação como banda. Madrecita é Vanessa Cardoso (vocal), Ângela Lacerda (baixo e voz), Dimitri Cabal (guitarra) e Fábio Lima (bateria). A banda mostrou como fez o dever de casa direitinho, com um som nervoso e muito bem ensaiado. É esperar para ver o que acontece com a banda; potencialidades ela tem, e muitas. Foi um showzão!    


Musa Junkie Suicida, com participações 

Na sequência veio a Musa Junkie Suicida, tocando as músicas do EP novo, “Melodias e Distorções”, de 2011 (baixe o EP AQUI). A Musa é veterana e muito conhecida entre o público que gosta de punk rock, hardcore e estilos da linha; e embora tenha entrado em um longo recesso – Edliano estava morando na República Checa –, nunca deixou de existir. Musa Junkie é: Edliano Valeriano (baixo e voz), Edy Gonzaga (guitarra e voz) e Nildo Gonzalez (bateria e voz). A essa altura, o público já era maior e mais empolgado, ensaiando as primeiras rodas de pogo... e eu no meio, é claro. Quando os caras começaram a tocar “Bifurcação”, música do novo EP que foi regravada no novo disco da Madalena Moog – que deve ser lançado no mês que entra –, não segurei e fui lá no microfone do Edliano, cantar junto, me esgoelando. Precisa nem dizer que foi um showzão, né?


Zefirina Bomba, botando pra moer

Para finalizar, e botar a casa abaixo – mesmo que os shows estivessem ocorrendo no pátio da Música Urbana, no centro da cidade – a Zefirina Bomba, que “é uma banda da Paraíba que usa um violão todo fodido e faz um barulho desgraçado”, e que somente precisa de 20 minutos para rachar a nossa cabeça, como eles mesmos dizem. A banda, por hora, e nesse show, esteve com a seguinte formação: Ilson Barros (voz e violão), Edy Gonzaga (baixo e voz) e Rayan Lins (bateria). Falei ao Robério (Música Urbana): “Essa é a terceira roda de pogo que entro, em toda a minha vida”. A intenção era que soasse: estou me divertindo p’ra caralho!!! E Ilson, durante outro show, falou algo a Rayan, apontando para mim; e depois me disse: “Eu estava dizendo a ele: ó a cara de alegria do cara!”
E eu estava assim mesmo.
Foi um dia muito bom, e muita gente levou água, superando a nossa expectativa (mas nem tanto!), e todo mundo estava numa boa, e até o céu (que ameaçava chover) ficou na dele. Uma hora lá, quando começou a cair uns pinguinhos encabulados, eu dei uma de piadista: “Não é água que vocês querem? TOMAAA...” Claro que era humor negro, claro que não tinha graça. Mas os shows, todos, tiveram... ah!, como tiveram! E parece que vem mais por aí.


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Texto vomitado por Patativa Moog, sóbrio.
OBSs.:1) Esse relato (sem revisão ortográfica, etc) é uma impressão pessoal sobre os shows e as bandas, e não corresponde ao que outros possam ter visto ou sentido, exatamente... ou isso ao contrário, que dá no mesmo. 2) Senti a falta de Olga Costa e Renato Abreu... bem muito; 3) As cervejas no Robério acabaram logo, logo; 4) Nunca tinha tomado tanto Jack Daniels na vida, de uma só vez (obrigado, Edy e Ilson); 5) Íkaro Max levou uma garrafa de 5 litros d'água, surpreendendo a todos, que o aplaudiram, animadíssimos (hahaha...).