quarta-feira, 23 de maio de 2007

[STARS]

As estrelas brilham no céu,
No seu rosto e no seu coração
A noite te seduz como o peso gravitacional
Você tenta fugir,
Mas isso é mais forte do que você;
Você quer ajuda,
Mas não há mais ninguém.

Se alguém diz o que você quer ouvir, seu coração se abre,
E isso pode te cegar, igual uma miragem que alimenta a ilusão
De encontrar o lugar dos seus sonhos.

Você segue sozinha,
Sua mente se vai...
Você foge do mundo,
Mas o mundo é você.

(Tradução de "[Stars]", letra de P., música nova da Madalena Moog)



TEXTO:

POR QUE NÃO BANIR O ROCK AND ROLL?



Pela velha peneira do rock passa uma juventude cansada e perdida. Desde 1954, com o lançamento de "Rock around the clock", de Bill Halley, a humanidade vem sendo torturada por um bando de cabeludos fedorentos, obcecados com a idéia de substituir a música pelo arroto. Uma delinqüência juvenil que há décadas tornou-se especialista em justificar o próprio retardo genético-intelectual por meio da promiscuidade estético-comportamental. Uma corja de vagabundos - como Elvis Presley, John Lennon, David Bowie e Kurt Cobain - que só serviu para contribuir na superlotação de presídios e manicômios pelo mundo afora.
Em todos os tempos, caro leitor, o rock sempre foi sinônimo de incompetência. E digo mais: essa merda só conseguiu sobreviver porque desenvolveu algo simplesmente fenomenal - a fantástica capacidade de seduzir os débeis mentais. Falo de um tipo de gente tão analfabeta que não consegue ler nem o selo do disco que acabou de comprar. Uma súcia de abobalhados que, no quesito estupidez, só perde para os chamados "repórteres do rock" - uma merda de suínos que não sabe escrever, entrevistando mulas que não sabem falar, para vermes que não sabem ler. Dessa forma, creio que já não restam dúvidas de que o rock é mesmo a "AIDS da música", como definiu o maestro Julio Medaglia.
Portanto, em face de toda essa problemática, observo que é tempo de tomarmos uma drástica providência. Em nome de nossa própria saúde fecal, precisamos dar um basta a todo esse fedor de cânhamo que paira sobre o mundo, asfixiando a civilização. Entretanto, acredito que o senhor deve estar-se perguntando como educar uma tropa de bestas que há mais de meio século bate o martelo da idiotice sobre nossas cabeças inocentes. Pois bem, a resposta é simples: "banindo definitivamente o rock da face do planeta".
Loucura? Não, higiene! E o primeiro passo para a limpeza do mundo, ao que parece, já foi dado.: no dia 25 de março, a Universidade do Vale do Rio dos Sinos, a Unisinos, deu início ao primeiro ano letivo do "Curso Superior de Formação de Músicos e Produtores de Rock", idealizado pelo compositor gaúcho Frank Jorge. Isso significa que dentro de dois anos e seis meses, a cruzada pela completa extinção da raça dos roqueiros terá alcançado o magnífico número de 40 vítimas. "No início, pareceu um negócio meio maluco", explica Jorge, o Salvador, e complementa: "A idéia não é formar grandes expoentes da música, mas pessoas que vão adquirir conteúdo". Na mosca!
O incentivo para o ex-roqueiro Jorge arquitetar uma "graduação em rock" veio, é claro, através da provocação de um anjo chamado Fabrício Carpinejar, um anjo muito sensato, coordenador do curso de "Formação de Escritores e Agentes Literários", também na Unisinos, que disse: "Vai, Frank! De uma ver por todas! Vai afinar o coro dos incompetentes!" Bravo, senhor Carpinejar!
Para isso, Jorge, o Messias, resolveu dividir o curso em quatro módulos. Quais sejam: "Construção de referências musicais", com leitura e discussão da obra de José Ramos Tinhorão; "Identidade musical e elaboração de repertório", com leitura (sem discussão) da obra de Hidelbrando Dacanal; "Preparação da carreira", sem leitura (mas com discussão) da obra de Luís Augusto Fischer; e "Castração musical", com leitura e audição da obra de Marcelo Camelo. Além disso, evidentemente, os alunos terão aulas de Direito Autoral, Ética e Bons Costumes. Segundo o ex-roqueiro, "quem se inscreveu no vestibular vai ter que ralar". Bravo, senhor Jorge! Bravo!
Pois bem, ilustre leitor: "banir o rock por meio de sua institucionalização acadêmica" - eis a solução que urge imediatamente ser exportado para o resto do país. (O que, aliás, já vem acontecendo: a idônea faculdade de Estácio de Sá, do Rio de Janeiro, divulgou que também planeja oferecer um curso semelhante, sob a orientação de ninguém menos que Roberto Schwartz!) Bravíssimo! E que sirva a façanha de Frank Jorge de modelo a toda a Terra!

[Prof. Ultimato de Azevedo, esteta, crítico musical e... deslumbrado]

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