SÁBADO BERRO D’ÁGUA, 1ª edição
Sábado, 7 de julho de 2012,
09:40, meu telefone tocando. É Emerson, avisando que não poderá tocar logo mais
às 16h, porque “comi algo que me fez mal e estou vomitando e com a barriga bem
ruim”, etc. Em suma: não iríamos (Madalena
Moog) mais tocar no SÁBADO BERRO D’ÁGUA. O evento, encabeçado por Ilson,
Jesuíno e Edliano, deveria ocorrer (e ocorreu) no pátio da loja Música Urbana, na intenção de arrecadar
água para as cidades do interior, as mais atingidas pela seca deste ano. O nome
é corruptela de Quincas Berro D’Água, de Jorge Amado, e foi dado por
Edliano (Musa Junkie).
Ligo pros outros da banda,
Valter e Jansen, guitarra e baixo, respectivamente: “Emerson me ligou e...”
Jansen morre de rir com a história, dizendo: “O bicho deve tá se acabando lá no
banheiro, etc.” Não preciso dizer o que significa o et cetera, né? Ligo para Ilson,
para justificar a ausência da banda no set do dia:
– Ilson, fudeu! Nosso baterista acabou de me ligar e
[...]. Mas, olhe, chego por lá antes, para ajudar no que for preciso.
Ilson lamenta, e pede que eu
leve meu cubo de guitarra (um Laney), porque o dele anda dando problemas e tal. “Claro que
levo, man!”, respondo.
13:27... agora é Ilson ao telefone, para
mim:
– Pata, estamos aqui com uma
garrafa de Jack Daniels e, se tu quiser chegar para compartilhar com a gente,
será massa!
– Caraca! Chego já!
Cheguei.
Pessoal da Musa Junkie, Zefirina
Bomba e Old Men School – Madrecita ainda não havia chegado –, as bandas
envolvidas no projeto, estava por lá, carregando caixas, cabos, partes da
bateria, e bebendo cachaça, cerveja, uísque... e era um dia bonito de ser ver.
Como não houve o já tradicional
chorinho na Praça Barão do Rio Branco – cancelado em consequência da morte de
Ronaldo Cunha Lima, ex-governador do Estado e político muito poupar por aqui –, o BERRO D’ÁGUA, marcado para as 16h., começou cinco minutos adiantado.
Old Men School, "Jesuíno na bateria. Palmas para Jesuíno!"
A Old Men School foi quem abriu às apresentações. A Old Man, na
tiração de onda de Edy Gonzaga (guitarra e voz), é uma banda que existe para que
Jesuíno André (bateria) possa tocar um instrumento; ele que tanto fala das
bandas, e às conhece, et cetera et all.
Tem ainda Igor Von Richthofen no baixo e vocal, e Fábio Jorge, voz e guitarra.
O Quarteto despejou 5 músicas nervosas e com melodias que lembram bastante a
NailsPop (antiga banda de Jesuíno e Fábio Jorge – vídeo de
“Nagazaki flowers” AQUI), incluindo uma que tornou-se
clássica entre os que conheciam a banda: That SETUSA’s drive. Tocaram mais uma
que, parece, estavam ainda ensaiando... Seja lá como for, foi a primeira –
quiçá de muitas – apresentação da Old Men, e valeu muito a pena ter visto os
caras em ação.
Madrecita, se garantido; fácil, fácil...
Depois veio o quarteto da Madrecita, fazendo aquela foi apena a
sua segunda apresentação como banda. Madrecita é Vanessa Cardoso (vocal), Ângela
Lacerda (baixo e voz), Dimitri Cabal (guitarra) e Fábio Lima (bateria). A banda
mostrou como fez o dever de casa direitinho, com um som nervoso e muito bem
ensaiado. É esperar para ver o que acontece com a banda; potencialidades ela
tem, e muitas. Foi um showzão!
Musa Junkie Suicida, com participações
Na sequência veio a Musa Junkie Suicida, tocando as músicas do EP
novo, “Melodias e Distorções”, de 2011 (baixe o EP AQUI). A Musa é veterana e muito conhecida
entre o público que gosta de punk rock, hardcore e estilos da linha; e embora
tenha entrado em um longo recesso – Edliano estava morando na República Checa –,
nunca deixou de existir. Musa Junkie é: Edliano Valeriano (baixo e voz), Edy
Gonzaga (guitarra e voz) e Nildo Gonzalez (bateria e voz). A essa altura, o
público já era maior e mais empolgado, ensaiando as primeiras rodas de pogo...
e eu no meio, é claro. Quando os caras começaram a tocar “Bifurcação”, música
do novo EP que foi regravada no novo disco da Madalena Moog – que deve ser
lançado no mês que entra –, não segurei e fui lá no microfone do Edliano,
cantar junto, me esgoelando. Precisa nem dizer que foi um showzão, né?
Zefirina Bomba, botando pra moer
Para finalizar, e botar a casa
abaixo – mesmo que os shows estivessem ocorrendo no pátio da Música Urbana, no centro
da cidade – a Zefirina Bomba, que “é
uma banda da Paraíba que usa um violão todo fodido e faz um barulho desgraçado”,
e que somente precisa de 20 minutos para rachar a nossa cabeça, como eles mesmos
dizem. A banda, por hora, e nesse show, esteve com a seguinte formação: Ilson
Barros (voz e violão), Edy Gonzaga (baixo e voz) e Rayan Lins (bateria). Falei
ao Robério (Música Urbana): “Essa é a terceira roda de pogo que entro, em toda
a minha vida”. A intenção era que soasse: estou me divertindo p’ra
caralho!!! E Ilson, durante outro show, falou algo a Rayan, apontando para mim;
e depois me disse: “Eu estava dizendo a ele: ó a cara de alegria do cara!”
Foi um dia muito bom, e muita
gente levou água, superando a nossa expectativa (mas nem tanto!), e todo
mundo estava numa boa, e até o céu (que ameaçava chover) ficou na dele. Uma
hora lá, quando começou a cair uns pinguinhos encabulados, eu dei uma de
piadista: “Não é água que vocês querem? TOMAAA...” Claro que era humor negro,
claro que não tinha graça. Mas os shows, todos, tiveram... ah!, como tiveram! E
parece que vem mais por aí.
__________
Texto vomitado por Patativa Moog, sóbrio.
OBSs.:1) Esse relato (sem revisão ortográfica, etc) é uma impressão pessoal sobre os shows e as bandas, e não corresponde ao que outros possam ter visto ou sentido, exatamente... ou isso ao contrário, que dá no mesmo. 2) Senti a falta de Olga Costa e Renato Abreu... bem muito; 3) As cervejas no Robério acabaram logo, logo; 4) Nunca tinha tomado tanto Jack Daniels na vida, de uma só vez (obrigado, Edy e Ilson); 5) Íkaro Max levou uma garrafa de 5 litros d'água, surpreendendo a todos, que o aplaudiram, animadíssimos (hahaha...).