terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Conheçam o projeto musical Rieg, ou a simples história do homem que virou banda...


O jovem compositor e instrumentista Rieg Michael Erich Wasa-Rodig é um mix de influências do mundo todas aplicadas em forma de arte musical. O camarada nasceu americano, morou na Alemanha, filho de mãe brasileira e pai francês e mora na Paraíba ja faz alguns anos. Na paraiba fez e faz parte de algumas bandas ( Star 61, Madalena Moog) e tambem ja lançou um belo disco solo (BAIXE), feito de maneira caseira todo no Folk Lo-Fi. De tanto respirar música, o cara passou por uma mutação e virou uma banda, sim, Rieg agora é uma BANDA. Nela, Rieg Rodig juntou-se a Felipe, Daniel e Nildo, otimos musicos paraibanos, integrantes de banda como Dalva Suada eBurro Morto. No inicio de 2010 a banda entrou em estudio para compor e gravar o 1º registro e fez uma viagem musical que agora ele apresenta no EP entitulado The Histrionic. O primeiro show do grupo foi em novembro, dentro do Festival Mundo 2010, onde a banda foi muito bem recebida.


A sonoridade da banda entre ruídos eletrônicos e ambiente lo-fi, folk, trip-hop e funk. Encontram então com o indie experimental explorado ao máximo neste primeiro EP single formado por tres canções gravadas e mixadas no Studio 24h em João Pessoa e masterizado por Pete Norman do Finyl Tweek na Inglaterra. A mistura de influências e experiências de vida traziada por todos os integrantes do grupo intensificam a complexidade sonora que ultrapassam barreiras experimentais sem perder o lado pop das canções com letras compostas na língua inglesa e alemã, trabalho do vocalista norte-americano alemão Rieg Rodig. As três faixas do Single/EP ,Postmodernfunktron, seguido pelo trip-hop The Histrionic e o pop Runaway, demonstram a vontade do grupo em buscar novas possibilidades passando pelos scratchs nas cordas da guitarra, ao som do órgão, sintetizadores, baixo, bateria e instrumentos acústicos...


Visite o soundcloud e escute o EP recém-lançado na integra, em breve disponivel pra download la no HominisCanidae! Aprecie esse belo trabalho e se quiser saber mais sobre a banda voce pode segui-los no Twitter@Rieg e voce pode conseguir o EP fisico pelo email: riegband@gmail.com . A banda deve começar a fazer shows por ai para divulgar esse belo trabalho ainda nesse primeiro semestre.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

SHOWS DESTE FINAL DE SEMANA:

MADALENA MOOG & LA GAMBIAJA / FESTIVAL ROCK 4X4


O Papagaio Pirata te desafia para: La Gambiaja e Madalena Moog + DJs e Jams...(04 de Fevereiro de 2011). O evento marca o retorno da banda La Gambiaja ao palcos de João Pessoa, e promete ser uma noite memorável. O Papagaio Pirata (que reabriu recentemente) é mais uma opção - descentralizada - para a cena indie-alternativa de João Pessoa, e fica à beira-mar, no final da praia de Cabo Branco (logo após o Bargaço, e antes da subida da ladeira). Garotas não pagam até 23:00, que é quando a festa começa. Depois, R$ 5,00.


Festival Rock 4X4 (05 de Fevereiro, 15:00). Na Praça Bela (Funcionários II). Com as bandas Scary Monsters, Hon Day, Harpyah, Fases da Lua, Exochaos, Estaca Zero, Disacusia e Delfos. O evento é apoiado pela loja Música Urbana, pela CUFA e pela FUNJOP, e é gratuito!



AMOR EM JACUMÃ APRESENTA:

BAILE BREGA QUENTE



“Amor em Jacumã”, cartaz promocional (arte de Shyko)

“Amor em Jacumã” é um projeto de difusão cultural Verão 2011, produzido por Fábio Inocêncio que acontecerá durante o mês de fevereiro com a primeira edição dia 06 com o Baile Brega Quente, na praia de Jacumã (Conde - PB), situada a cerca de 20 km da Capital João Pessoa. Uma casa se transformará no ambiente ideal para festejar os últimos dias do sol com apresentações de artistas consolidados no mercado da produção de difusão da cultura popular no Brasil e também performances de DJ’s e VJ’s.

Local do evento, detalhe

O evento acontecerá a partir das 15h e os ingressos custarão R$ 10,00 (dez reais) com vendas antecipadas na Loja Salve Simpatia, em João Pessoa. Para o transporte, a produção do “Amor em Jacumã” fez parceria com táxis alternativos para que eles se posicionem na saída do evento com a tarifa de R$ 5,00 por pessoa.
Animando o Baile teremos Dj 10zanu! , Ladie Khekhe (do Brega Naite, Recife - PE) e a estréia da Aires do Brega, discotecando e versando uns breguinhas da hora.

Aires do Brega

Claudia Aires é Produtora Artística de várias frentes (música, artes gráficas e audiovisual) e uma das maiores festeiras por opção. Sempre descobre músicas e repassa pros amigos, prepara coletâneas e dissemina a boa (e má) música por onde quer que vá - brega é sua paixão e, por isso, quer cantar a plenos pulmões. Em suas performances como dD sempre que pode, faz intervenções musicais com bom humor e muita fantasia.


Dj 10zanu!

10zanu! já é conhecido em João Pessoa por abrigar em seu repertório pérolas do brega, cúmbias e ritmos dançantes da música brasileira. Em 2010 a o Baile e o Bloco Cafuçu foi seu palco principal, botando toda a massa cafuceta pra dançar até o chão. Pesquisador nato está sempre viajando e tocando em vários pontos do Brasil. Ainda em 2010, fez residência em São Paulo discotecando no Bar do Netão, reduto alternativo da Rua Augusta e viajou pelo Brasil tocando em Brasília, na tradicional Criolina e Balaio Café (GO), no Festival Internacional de Arte e Mídia. De volta ao seu estado, irá tocar seus bregas mais populares pra encantar a tarde maravilhosa de “Amor em Jacumã”.

Ladie Khekhe

Diversão: essa é a palavra chave que define Ladie Khekhe, pseudônimo utilizado produtora Allana Marques quando assume os Decks. Idealizadora do Coletivo Galarrolê, está a frente de uma das principais festas de música eletrônica da cidade, a Putz! E em 2008 resolveu se jogar nos Cdj’s. Residente do projeto “Brega Night”, seu set não se prende a nenhuma vertente musical e no Brega Quente do “Amor em Jacumã” vai mostrar toda sua irreverência musical soltando vários bregas de carrinhos e que fazem sucesso nas pistas.

SERVIÇO:

AMOR EM JACUMÃ APRESENTA BREGA QUENTE

ATRAÇÕES: DJ 10zanu (PB), Aires do Brega e Lady Khekhe (PE)
LOCAL: Praia de Jacumã.
Rua Sebastião Ribeiro (na rua do Mercadinho Jacumã)
DATA E HORA: 06 Fev., 2011, desde às 15h, até...
INGRESSOS: R$ 10,00 (dez reais) na Salve Simpatia e no local
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Informações: Fabio Inocêncio
fb.inocencio.san@gmail.com > 83 8803 3987


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

NÓS, OS NOVOS PERDIDOS



Ah, meus amigos!, minhas amigas!

que terrível é olhar o Mundo assim, tão sóbrio

Estou sentado à beira do caminho
igual Roberto & Erasmo, naquela canção
& eu vejo os carros passando
& nem quero mais estender a mão
Quem, de juízo, me daria uma carona?
&, se desse, para onde eu poderia ir?, & para quê?
Os novos perdidos estão ainda mais perdidos, Olga
& você não sabe o peso que é, seguir assim
todos os dias, sem fé nenhuma...

Estou sentado à beira do caminho
porque a estrada me chamou, & eu ouvi
& porque ela me fala dos lugares que existem:
os lugares que eu queria ver antes de poder dormir
& ela me diz que, quem pára, cria limo
vira árvore & é cortado mais cedo, auroreado
Mas este mundo é tão grande, & tão pequeno
& me invade a casa inteira, todos os dias
pelos cabos brancos & pelos sinais de Wi-Fi
& Bento XVI não sabe o peso que é, seguir assim
todos os dias, sem fé nenhuma...

Estou sentado à beira do caminho
& estou pela metade da minha estrada
de 37 milhões de desertos percorridos
de estrelas vistas num céu de piche
& meus pés, minhas mãos, meus olhos
ah!, não sabem mais não querer
não querem mais descansar...

Ah!, Ferlinguetti, Ginsberg, Kerouack
ah!, Eduardo Bueno, Cláudio Willer
ah!, Che, Cardenal, Jara, Violeta Parra...
os novos perdidos estão ainda mais perdidos
& vocês não sabem o peso que é, seguir assim
todos os dias, sem fé nenhuma...

II

Uma vez minha garota perguntou
meio brincando, meio admirada:
Você faz tanto xixi, Pato; por quê?
E eu disse, meio brincando,
meio sem ter muito o que dizer:
porque é muito bom
& eu sempre imagino que a privada sejam os EUA
& fraciono a mijada em pequenos pedaços
que é para ter o suficiente para algumas vezes
Mijar nos EUA é muito bom, garota!
Experimente!

III

Enquanto eu vivia & morria em Bancários
fazia fotos quase diárias
do pôr-do-sol do lado Oeste
que era para onde a minha janela abria
& uma vez, enquanto chovia, eu vi deus lá fora
no frio & na chuva; e ele sorria para mim...
& eu via os céus do fim do mundo, pelos olhos dele
em doses pequenas de grandes cores
& via os prédios que eram erguidos
como a Besta do apocalipse que sai do mar
& guerreia contra os santos servos do fiel Cordeiro...

Ah! Marta, Renata, Sarah, Mabel
não existem mais esses santos, não
então, agora, a besta cresce livre, sim
& nasce dentro de cada um de nós, sim
& faz morada em nossos corações, sim
& sai por nossas bocas, por nossos pés & nossas mãos
& ascende aos céus, edificando & destruindo coisas
espalhando o câncer comum da Vontade
que quer & anuncia um Paraíso pelo Mercado
& pelo dobrar dos nossos joelhos
Bem-aventurados foram Che & Alende
que tinham ideais, & lutaram por eles
& morreram por eles...
O que preferir: morrer por um ideal ou por nada?
Ainda Camus: bons motivos para viver, dizia
são ótimos motivos para morrer
Aos idealistas
a felicidade é uma dose de esperança
Ah, Senhor do Tempo!, & agora?
Eis aí a liberdade desejada, o futuro sonhado
Ah, Senhor do Tempo!, eles não são tão bons, realmente
Quando eu era menino, sonhava como menino
quando cresci, deixei para trás as coisas de menino
– como a idade biológica, também a Terra tem a sua
& a História, & a inocência do Mundo
Ah, Senhor do Tempo!, tudo envelheceu
mas os brinquedos não cresceram
somente a vontade de outros, ainda maiores & brilhantes
que os antigos, como as roupas, já não servem mais

Qual é a próxima Vontade, Senhor do Tempo?
“Há sempre algo a ser conquistado”, diziam
&, se não há, para que viver? Viver para quê?
Oh, Senhor do Tempo!
Esses somos nós, os novos perdidos da América
mais perdidos que em 54
mais perdidos do que sempre
tão perdidos como antes jamais se viu
sem sonhos, sem estradas, sem nada...
sim: os novos perdidos estão aqui
espalhados pelos dias & pelas noites das Américas
& nenhum deus sabe o peso que é seguir assim
todos os dias, sem fé nenhuma...

IV

Uma vez minha garota disse assim
meio perguntando, meio brincado, meio admirada:
Você faz tanto xixi, Pato, por quê?
E eu disse, meio brincando,
meio sem ter o que dizer, realmente:
porque é muito bom, garota! Muito bom!
& eu sempre imagino que a privada seja o Senado Federal
& daí fraciono a mijada em pedaços bem pequenos
que é para ter o suficiente para mais algumas vezes
Mijar nos senadores do Brasil é uma delícia, garota!
Experimente!

V

Eu vi a geração X delirando pelas praças & pelas ruas do Brasil
fazendo passeatas & manifestações públicas & barulhentas
acreditando em discursos longos & promessas de redenção
filiando-se ao PT, ao PC do B & a outros partidos de extrema-esquerda
& eu vi a geração seguinte ceder ao sonho mais antigo, dos seus pais
apostando na semente que deveria vingar, rasgando a terra
como o broto que se mostra pela manhã, & a tarde, ainda
& como a nuvem que, lá do horizonte, promete a chuva
– & a tal de geração Y foi a grande vítima da paranóia construtivista
que regava essa esperança que demorou muito a morrer, a última
ridicularizada pela geração Z, que zomba do tempo, dos poderes
& da liberdade sonhada, da moral cristã & do futuro alcançado
Sim, perguntam-se: como reter tantas águas?
Que depósito comportaria tanta luminosidade?
& que distância, ainda, precisa ser percorrida?
Que fronteira haveria para ser cruzada?, a do sexo?
Que sonho coletivo haveria ainda, & que coletividade?
O desejo do coletivo denuncia seu enorme fracasso
A globalização é a máscara da individualidade do Poder Único
tendo nos EUA, desde os anos 30, a sua face mais mascarada
& se não há o Outro que é meu próximo, tão valorado, que viva o Eu!
Que viva e Eu & os beijos molhados de Renata Abreu

Tudo, no fim, & por fim, vai & volta... para mim

O que houve com o nosso mundo?
Perguntaram-se os futurólogos & os pastores pentecostais
Alvin Toffler, por exemplo, quedou-se perplexo & murcho
– o futuro não foi assim tão chocante, não daquele jeito
& a tal de “terceira onda”... um mero conceito temporal:
“Um saber comum que, a todos, poderia enriquecer...”
– outra utopia da inclusão, de um mundo unido pela Razão
Mas, como recolher a latrina & ignorar o fedor da merda?
Há que se pensar também em máscaras protetoras, & luvas
causalidades do progresso: o Mundo já era, a Terra está fodida
& é preciso recriá-la, ou colonizar outro planeta...
Como cobrir o Sol com a mão ou com a planta de um pé, somente?
Um dia de chuva & de tristeza, sim, não faria maior efeito?
Kant seria, ainda, a melhor analogia dessa ilusão mecânica:
quanto mais saber, mais isolamento, mais solidão
A razão não se mostrou suficiente, & nem a técnica
os fenomenologistas & os existencialistas mostraram isto
berrando em megafones literários, em filmes & em discos
& em peças chatas & longas que ninguém entende que via...

& eu vi dois bêbados brigando por uma lata de Skol vazia
– reciclada aos milhares, elas bem poderiam salvar o mundo
aliada aos plásticos, aos vidros & às embalagens de papel...
... um monte de lixo que se estendesse desde a terra até os céus

& eu vi a minha geração incrédula, cega & perdida
vestindo fantasias, buscando a sorte, apostando a vida
vagando pelos becos, indo em busca de outros carnavais
rindo pelos bares, trocando olhares, chapados de drogas artificiais

& eu vi duas garotas vomitando cercas de arame farpado
indo de João Pessoa a Campina Grande, loucas & sedadas
ouvindo Gal & Caetano, no disco “Domingo”, de 67
tão admiradas de não haver nele uma que não preste
como a que pergunta a Maria Joana, “o que aconteceu?”
pois que o “dinheiro não te faz mais rica, não mais que eu”

& eu vi esses dias & essas noites passarem assim:
um samba atrás do outro, & mais outro samba que não tem fim
& se há um fim, é uma certeza; que é algo bom, por fim & afinal
que as coisas são o que são, seja para o bem, seja para o mal
pois não há paraíso hoje... não há paraíso hoje & nem amanhã
& nem depois de depois de depois de amanhã... não

& ter alguma fé, hoje, é mais do que nunca, rebelião

VI

Uma vez minha garota perguntou
meio reclamando, meio encabulada:
Você faz tanto xixi, meu bem... o que há?
E eu lhe disse assim, meio reverente
de olhar bem grave & voz impostada:
Porque é bom demais, gata!, é o melhor da mijada!
& sempre imagino que a privada seja a Igreja Católica
& me esforço ao máximo para segurar parte do mijo
que é para ter de sobra para algumas vezes a mais
Mijar na Igreja Católica é uma loucura, querida!
Experimente!

[Poslúdio & Réquiem para “Nós, os novos perdidos”
]

Os velho valores
o que houve com eles?
A família, a Igreja, o Estado
em que estado estão?

Foram jogados para o ar
& espatifaram-se no chão