sábado, 30 de maio de 2009

R O T T E N F L I E S*
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Falar da Rotten Flies é falar em longos anos batalhando pela divulgação de um tipo de sonoridade rápida, direta, vinculada à realidade das ruas. Tocando dos piores chiqueiros a grandes espaços Nordeste afora.Som crú, letras fortes, e sentimento ligado a uma espécie de guerrilha verbal. Sem bandeiras. Entretanto forte espírito de “algo a dizer”, sem messianismos niilistas. Hardcore sem firulas de virtuosismo, mas com um pé na energia das velhas referências do punk anos 80. Sem concessões, e sem falso medo de assumir referências. Metralhadora giratória de ataques ao cotidiano pós-qualquer coisa que venda. Romântico como um disco do GBH e sutil como um CD do Agnostic Front., AQUELE AO VIVO NO CBGB. (Alguém aí lembra do respectivo clássico??)
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DOWNLOADS! CDs, EPs, etc.
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CD “AMARGO”:
http://www.4shared.com/file/108763106/98205fc0/ROTTEN_FLIES__AMARGO.html
CD “GUERRILHA URBANA”:
http://www.4shared.com/file/38802161/8a5f7c30/Rotten_Flies_-_Guerrilha_Urbana.html
CD “CULTURA DO ÓDIO”:
http://www.4shared.com/file/56814369/95b24da/Rotten_Flies_-_Cultura_do_dio.html
CD “O HARDCORE”:
http://www.4shared.com/file/38801489/e79b489/Rotten_Flies_-_O_Hardcore.html
DEMO TAPE “NECROFILIA” 1ª DEMO DA ROTTEN FLIES:
http://www.4shared.com/account/file/56816194/59ff584d/Rotten_Flies_-_Necrofilia.html
FÓRUM:
http://www.suicidiosocial.com/forum
CONTATOSBLOG:
http://rottenflies.blogspot.com/
CLIPE MINI-PSICOPATA:
http://www.youtube.com/watch?v=6Zhl_DC5kCE
FOTOLOG:
http://www.flog.0br.net/rottenflies
MYSPACE:
http://www.myspace.com/rottenflies
MSN:
rottenflies@hotmail.com
E-MAIL:
rottenflieshc@gmail.com
COMUNIDADE ORKUT:
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=2860535
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* Texto conforme o perfil da banda no Orkut

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Os dois tipos de música*
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por Braúlio Tavares
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Muitas discussões sobre música popular e música erudita se encerram assim: “Essa divisão não faz sentido. O que existe mesmo é música boa e música ruim”. Tudo bem; mas falando em bom e ruim entramos num nevoeiro cerrado que faz empacar qualquer discussão mais séria. Quando tudo se resume a gostar ou não, ficamos desprovidos de um crivo externo de comparação. Precisamos de uma distinção que possa ser estabelecida “de fora”. Por isso sugiro uma: “Existem dois tipos de música: música para ouvir, e música para dançar”. Ou seja – podemos dizer que existe música para a mente, e música para o corpo. Existe música feita para ouvir e música feita para dançar, embora algumas músicas sirvam para as duas coisas, e muitas não sirvam para nenhuma. À primeira vista é um Muro de Berlim nítido e intransponível. Música para ouvir, por exemplo, é João Gilberto; música para dançar é Zé Calixto e seus 8 Baixos.
Numa temos o recolhimento intimista de quem, a sós, à meia-noite e à meia-luz, tilinta um uísque no copo quadrado, semicerra os olhos e se entrega aos desfrutes do tom, do som, do timbre, da textura, do entrecruzar das harmonias, do modo como voz, violão, melodia e letra se entretecem entre si. Na outra temos o resfolego frenético do instrumento, e as percussões sacudidas, segurando o ritmo implacável, daquele tipo que basta a gente ouvir para começar a balançar alguma coisa, seja lá o que for. Isto não impede, contudo, que a gente escute Zé Calixto (ou qualquer música-para-dançar, do rock ao reggae) para curtir a beleza musical do que está sendo feito. Nada impede que ao som de uma bossa-nova sofisticada o sujeito conduza a “cavaleira” ao salão e ali se entregue à nobre versão vertical da mais antiga das artes.
Alguém dirá: “Oi, e música clássica? Já se viu alguém dançar música clássica?” Bom, talvez ninguém dance John Cage ou o “Cravo Bem Temperado” de Bach; mas não esqueçamos as valsas de Strauss & Cia., que eram o filé da música dançante do seu tempo, assim como as músicas para balé clássico, que são compostas, sim, pensando em coreografia, pensando em passos a serem executados por corpos humanos. Será que os grandes balés de Tchaikovsky seriam ou não dançantes numa “balada” de hoje? Este é um detalhe circunstancial que não cancela o fato mais amplo de que aquela música foi feita para um tipo de dança, tão legítimo quanto qualquer outro. O jazz era freneticamente dançado nos anos 1920, 30, 40. Vemos nos documentários antigos uma orquestra tocando no palco e centenas de negros mandando ver no salão. Sofisticou-se, intelectualizou-se, mas a pulsação dançante ainda estala o dedo ao longo das semifusas. Algo parecido se defende hoje para o frevo. Muitos compositores e instrumentistas querem que o frevo não seja apenas um pretexto para “fazer o passo” no Carnaval, mas uma música que cresça em si própria e possa ser ouvida pela beleza de música que contém.
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Leonard Cohen**
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Num show recente em Londres, o poeta-compositor Leonard Cohen disse ao público: “Cantei aqui pela última vez há quinze anos. Naquele tempo eu era apenas um jovem, cheio de entusiasmo e ilusões”. A graça está no fato de que o último show de Cohen na Inglaterra foi feito quando ele tinha 60 anos, e hoje ele volta aos palcos com 75. Nada mau para quem já foi chamado “o poeta mais sisudo do rock”.
Durante os anos 1970, aquela década cheia de glamour e purpurinas e roupas psicodélicas e androginia e guitarras estridentes, as canções introspectivas e monótonas de Cohen eram absorvidas por uma minoria de gurmês para quem substância e sabor valiam mais do que pose e aparência.
Cohen é comparado a Bob Dylan, pela qualidade de suas letras, mas a atitude dos dois para com a música não poderia ser mais diferente. Dylan sempre foi um camaleão musical; experimentou todos os estilos, do country ao rock, do gospel ao blues, da valsa à balada. Há quem não o considere bom cantor (eu acho que foi um ótimo cantor em diferentes fases de sua carreira, e não o é mais), mas ele sempre teve uma abordagem de cantor ao interpretar as próprias músicas. Bem ou mal, o ato de cantar parecia mais importante para ele do que o ato de compor. Um dos melhores analistas de sua obra, Paul Williams, desenvolveu ao longo da série de livros “Bob Dylan, performing artist” a tese de que para Dylan a canção gravada em estúdio era apenas uma versão provisória para algo que só iria acontecer de verdade, e imprevisivelmente, quando ele subisse ao palco.
Cohen, que nunca foi um cantor com a mesma vitalidade e versatilidade de Dylan, é hoje aos 75 anos o mesmo cantor contido, meticuloso e incisivo que era há meio século. Seus discos saíram de forma irregular no Brasil, mas é possível ver no YouTube performances suas com trinta ou quarenta anos de intervalo, cantando a mesma canção, com a mesma articulação cuidadosa dos versos, reforçando pequenas sutilezas ou duplos sentidos ou ironias poéticas, das quais ele é um mestre completo. A voz está rouca, é claro, o rosto parece um pergaminho zen-budista, mas a suavidade no canto é a mesma. Ao contrário de Dylan, que parece recusar-se a repetir a mesma melodia em duas execuções da mesma canção, Cohen parece ter dedicado toda a vida a lapidar as mesmas notas, como João Gilberto.
Dylan é mais compositor, porque mais musical, mais flexível e mais eclético. As canções de Cohen são mais “quadradas” e “caretas”, para usar termos da época em que ele surgiu. Seguem o esquema de estrofes sucessivas com a mesma melodia e letra diferente, intercaladas às vezes por um refrão. Um esquema que Dylan usou mas que também explodiu em variantes incontáveis. Cohen é mais conservador nesse aspecto estrutural. Se ele tem uma canção de sete minutos, com um minuto e meio o ouvinte já sabe que vai ser aquilo até o fim, só que com versos diferentes. Quê que tem? Os versos dele estão entre os melhores do seu idioma no século 20.
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*Jornal da Paraiba, 12 de abril de 2009
** Jornal da Paraiba, 20 de maio de 2009

segunda-feira, 4 de maio de 2009

3ª Festa PB Rock - RELEASE
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Texto: Patativa
Na foto: meninas da Blue Sheep passando o som

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“Woodstock, Jesuíno”, eu dizia: “This is rock and roll”.
Me refiro à #3 Festa PB Rock, ocorrida na tarde chuvosa deste sábado (02/05). Houve atraso por causa do equipamento pra voz, que foi a parte mais melindrosa da coisa toda. A primeira banda da Festa foi a Blue Sheep, que começou mandando umas versões instrumentais, enquanto o microfone da voz era ajustado, tudo assim, na base do “faça você mesmo”. Daí as meninas disseram: “Vamos começar com uma música nossa, que se chama Where is the bus (?)”, e aí foi uma sonzeira só, mesclada entre autorais e covers, e assim foi até que... veio a chuva.

Chuva fraquinha, as meninas continuaram enquanto dava, enquanto a chuva não ficava tão forte. Dois arco-íris no céu. Béa apontando com o dedo, ninguém olhando... parece que preferiam o sorriso dela. O cubo Marshal do Alexandre, todo envolto em plástico permitiu a “aventura” por uns momentos, e os pedais dentro de sacos plásticos... O resto do equipamento tava bem seguro. Mas, enfim, como a chuva engrossava, chegou a hora em que eu precisei intervir, temendo por algum dano, etc. Interrompemos a apresentação da Blue Sheep quando elas já estavam próximas de concluir o show (faltavam apenas três; infelizmente, segundo Béa, “a melhor era a última, que estávamos guardando pro final”; uma pena; fica pro próximo), e, por isso e por causa do atraso, eu disse às meninas: “Se a chuva parar e a gente voltar aos shows, já a próxima banda, ok?” As meninas consentiram.
Como tinha um público muito grande – um dos maiores que já vi nessas festas da Lista –, cogitou-se a possibilidade de continuar a festa num lugar fechado, o povo indo pra lá, dali mesmo; as bandas fazendo um arrastão. Tava todo mundo instigado! Pensou-se também em alugar uma barraca, mas era tudo muito “na hora”. Eu disse: “É mais digno, caso continue chovendo, que a gente cancele as próximas apresentações”. Mas a chuva se foi. E o povo lá. Daí Jesuíno falou: “Parou; vamos continuar?”. A palavra mágica. E aí foi a vez de Sandro Garcia & Enigma Central Park entrarem em cena.
Rock inglês cantado em português com letras psicodélicas... e alguns caras bêbados dançando e fazendo coreografiazinhas... Pense numa farra. O repertório de Sandro foi pequeno, apenas oito músicas. Ele faz um passeio entre velhas canções do Momento 68, Continental Combo e umas três da nova safra, o álbum “Enigma Central Park: Demos Vol. 1 (Open Field Records)”. A guitarra 12 cordas, inebriante... quase dream pop, quase mod... Relativamente desconhecido de boa parte do público presente e com uma musicalidade bastante conceitual, Sandro despertou o lado investigador de alguns/algumas que chegavam pra mim e perguntavam: “Que banda é essa?” Muito bom! Só lamento que eles não tocaram “A tecnologia”, a minha preferida – até coloquei numa coletânea que fiz (http://www.4shared.com/dir/12480448/1d1ced1b/sharing.html).
Por fim, já escurecendo, a Madalena Moog apresentou suas armas. E eu que pensava que a chuva ia voltar, que o povo ia embora – alguns foram, é verdade –, qual nada! Foi lindo ver o povo lá, até o final. Uma menina chegou pra mim e disse que foi lá só pra ver a banda tocar, porque gostou do Blog e queria conhecê-la! Agradeci e desejei que ela gostasse, e até lhe dediquei uma canção... No final ela chegou com outra amiga e ficamos de nos adicionar nos Orkuts et cetera, para que elas ficassem cientes dos próximos shows. Nós tocamos um repertório quase que exclusivamente novo, com exceção de três músicas antigas, às quais ainda demos novas leituras. Enfim, não vou ficar aqui falando da minha banda – me sinto meio que “trazendo sardinhas pro meu espeto”. Mas é certo que, quando tocamos “No carnaval”, que é uma marchinha de despedida (“Já vou embora, meu bem, não fique triste / Saudade existe é pra gente voltar...”), o povo da frente começou a dançar uma ciranda... hehehe... me senti o próprio Escurinho.
E terminou assim, como tinha que ser: uma festa. No final, ninguém queria ir embora, e foi só desmontar as coisas que a chuva voltou a cair. Ficamos até mais tarde pelas lojas Música Urbana e Espaço HQ, conversando, bebendo, e outras coisas que fazem mal à saúde.
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AGRADECIMENTOS (em meu nome, em nome de Olga e Jesuino e em nome das bandas):
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Obrigado ao George Harrison, que emprestou o cubo pro baixo – nenhum dano foi causado a ele, e a chuva que caiu no início em nada lhe tocou; obrigado ao Thiago Sombra que também disponibilizou um cubo; obrigado ao Alexandre Alves e Henrique, que vieram com Sandro, acompanhando-o; obrigado ao Sandro Garcia, pela simpatia e paciência; obrigado às lojas Música Urbana e Espaço HQ, pelo espaço e parceria; obrigado aos amigos que foram (e esperaram debaixo da chuva), e aos desconhecidos que se tornaram amigos, ou passaram assim, como a chuva... Até a próxima!
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OUTRAS VOZES*...
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"Massa! Queria me desculpar por n ter ido discotecar, fiquei presa no bar, que tava absurdo de cheio e ficou impossivel sair. Quando finalmente consegui falar com Rieg, ele disse q tava chovendo e q tinha parado, aí achei q nem tva rolando mais.
Mas sabia q Olga estava lá e estava bem encaminhado!"

(Carol Morena, segunda-feira, 4 de maio de 2009 3:18:35)
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"Pois é Patativa, agradecimento especial ao George e ao Gustavo que na última hora emprestou um caixa e microfone para a voz. Muito bom o som das gurias do Blue Sheep, rock promissor. Ter uma lenda como o Sandro Garcia por aqui é sem comentários e o Madalena Moog fez um dos melhores que já vi, a sonoridade mais encorpada, bem pop. A única falta foi do pessoal da lista, mas creio que na próxima prestigiem...Segue algumas imagens. Chove chuva, chove sem parar..."
(Jesuíno, Mon, 4 May 2009 08:48:47 -0300)
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"Q bom q rolou, cheguei a achar q não em função da chuva. Não pude ir pq estava trabalhando em estúdio. Estou ainda mas curioso pra ver o Blue Sheep."
(Edy Gonzaga, segunda-feira, 4 de maio de 2009 9:08:15)
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"Você fez falta, Carol! Mas está desculpada :) com todo o atraso e tal, nem rolou a discotecagem,ficamos devendo para a próxima :) Blue Sheep - melhor do que o pessoal comentou aqui na lista. As meninas tem um ótimo potencial!Sandro Garcia com os Automaticos foi também inesperadamente bom - eu sabia que elestinham ensaiado pouco, etc... Madalena Moog também surpreendeu - uma das melhores apresentações que vi da banda. Não sei se foi pelo "sangue novo" ou se pelas músicas novas, ou a combinação dessas :) Adorei a música "A dança" :) Todo mundo de parabéns! Bjs"
(Olga Costa, segunda-feira, 4 de maio de 2009 13:03:18)
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* O texto (release) e os comentários (outras vozes) foram obtidos da Lista PB Rock