sexta-feira, 7 de setembro de 2007

da série AS BANDAS DA MADALENA

L U N A
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Por Marcos Lamiz
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A banda americana Luna é considerada por muitos a que melhor assimilou a influência do Velvet Underground na história do rock. Formada pelo guitarrista Dean Wareham em 1991, em Nova York, após o fim da cult band Galaxie 500, o Luna já nasceu com status de banda respeitável.
Com uma textura hipnótica, melódica e poética, a sonoridade da banda tem admiradores em todos os cantos do mundo. Mesmo em lugares que nunca tiveram um disco lançado e as pessoas precisam recorrer às importadoras, o Luna é idolatrado como a pérola da música pop.
O guitarrista, vocalista e letrista Dean Wareham, nasceu a 1 de agosto de 1963, em Wellington, na Nova Zelândia, mudou-se para a capital Sydney em 1970, para Nova York em 1977 onde fez o colegial, cursou a universidade em Boston, mudou-se para a Alemanha em 1986, voltou para Boston em 1987, onde formou o Galaxie 500 e tocou até 1991, lançando três discos preciosos. Suas inspirações para escrever belas canções pop vem de livros, filmes e de sua vida particular.
Ensaiando os primeiros passos após o fim do G500, em julho de 1991Dean lançou o ep "Anesthesia" com o amigo Chimmy Chambers, do Mercury Rev. Em seguida, chamou o baixista Justin Harewood que tocava no Chills – uma das mais populares bandas da Nova Zelândia – e o baterista Stanley Demeski, ex-Feelies – uma importante banda pós-punk da cena novaiorquina no final da década de 70.
Com a respeitabilidade do G500 no meio independente, a mídia ficou atenda à nova banda, originalmente batizada de Luna2. Em 1992, saiu o primeiro álbum. "Lunapark" revelava o futuro promissor da nova banda, com uma sonoridade extremamente melódica. Clássicos como "Slash Your Tires" são obrigatórios nos shows até hoje.
Curiosamente, com apenas um álbum na discografia, o Luna foi convidado para abrir os shows da mini-turnê que o Velvet Underground fez na Europa em 1993. Os músicos do Luna passaram três semanas ao lado dos ícones da história do rock. Com isso, Dean fez amizade com o guitarrista Sterling Morrison e até saíram juntos para beber em bares.
Em 1994, Dean conquistou o sucesso e admiração que tanto perseguia com sua ex-banda. "Bewitched" revela o músico como um dos melhores compositores do rock alternativo mundial. "California All The Way", "Tigger Lily", "Friendly Advice", "This Time Around", "I Know You Tried" e "Great Jones Street" são instantâneas, grudam na memória e faz você ficar cantarolando a melodia. Este disco saiu tão inspirador graças à participação de Sterling Morrison tocando guitarra em duas músicas. Nada mais que um dos ídolos de Dean tocando ao seu lado no estúdio
Aproveitando a fase inspiradora, a banda lançou o terceiro álbum logo em seguida. "Penthouse" também traz outro ídolo de Dean tocando guitarra. Tom Verlaine, do Television, tocou em "Moon Palace", uma das mais belas canções da "lunografia". Músicas como "23 Minutes in Brussels", "Sydeshow By Seashore", "Lost in Space" e "Chinatown" fazem com que a banda fique num meio termo entre o alternativo e o pop quase mainstream, com um lugar entre os 150 melhores discos da história na votação da revista Rolling Stone. Porém, o destaque deste disco é a cover de "Bonnie and Clyde", um clássico do pop rock francês composto em 1968 por Serge Gainsbourg. A vocalista Laetitia Sadier, do Stereolab, divide os vocais com Dean num dueto impecável.
Dois anos depois, em 1997, Dean escreve o que considera o melhor disco da banda. Em "Pup Tent", o compositor deixa mais claro uma de suas maiores influências. O cinema, depois da música, é a grande motivação para Wareham. "Bobby Peru" é o nome da personagem de Williem Dafoe no filme "Coração Selvagem", de David Lynch e "Tracy I Love You" é o nome do último filme pornô feito pela atriz Tracy Lords. Com este disco, a banda saiu ao mundo. Tocou na Europa, Japão e Austrália.
Em 1999, "The Days of Our Nights" é lançado num clima conturbado. Inxeplicavelmente, a gravadora Elektra cancelou o contrato com a banda. Paradoxalmente, o disco foi o que teve a maior produção, com a banda ficando mais de três meses em estúdio gravando, o que normalmente acontecia no máximo em um mês.
Com oito anos de banda, o disco "Luna Live!" serviu mais para mostrar aos novos fãs algumas músicas antigas, bem como um registro dos shows para os países que ainda não tiveram a oportunidade de ver a banda ao vivo. Com 14 canções gravadas em três shows em Nova York, entre dezembro de 1999 e julho de 2000, o álbum faz uma retrospectiva de toda a discografia, bem como traz "4th of July", do Galaxie 500. Também é o primeiro registro com a nova baixista, Britta Phillips (ex-Belltower e Ben Lee e ex-atriz), substituta de Justin que voltou para a Nova Zelândia para ser pai de família.

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LUNA no Brasil

Por Andhye Iore

Canção para embalar sentimentos

O show da banda americana Luna, em Londrina, no dia 28 de setembro de 2001, foi um dos melhores do ano e serviu para habituar os roqueiros da região a aceitar um outro conceito de música ao vivo.
Quem se incomodou com o baixo volume no show do Yo La Tengo, em fevereiro desse ano, também ficou decepcionado com o Luna. Apesar do volume normal, o que incomodou dessa vez foi a deliciosa lentidão das músicas.
Um show arrastado, na medida exata para embalar lembranças alegres e sonhos de um futuro melhor. Como se não bastasse, ao vivo a banda lembra ainda mais Velvet Underground. O que poderia ser um defeito, se encaixa como uma luva, já que Dean Wareham segue cada passo de Lou Reed com muita propriedade.

Timidez

Em uma hora e sete minutos, o Luna tocou 14 canções divididas entre os discos "Bewitched", "Pup Tent", "Penthouse" e "Days of Our Nights". Os destaques foram "Tigger Lily", cantada em côro, "Slash Your Tires" e "Bonnie and Clyde". Nestas três músicas, o público aplaudiu, cantou e dançou timidamente.
O show passa uma certeza na história da banda. O Luna pode, tranqüilamente, ser dividido em a.B. e d.B. Ou seja, antes da baixista Britta Phillips entrar na banda e depois de sua presença. É incrível como ela chama a atenção do público. Sem contar que tem uma belíssima voz, o que é essencial.De mini-saia preta, bota de couro, delicadas paletadas nas cordas do baixo rosa e uma sensualidade exalante, Britta parece ter saído de uma letra de Lou Reed. Uma musa do submundo que enfeitiça pelo olhar, pela voz e pela imaginação.
Sem dúvida alguma, a banda ganhou muito. As canções em que ela faz
backing vocal, "4000 Days", "Tigger Lily" e "Superfreak Memories", ficaram mais melódicas – se é que é possível – e sua participação no no processo de composição do disco novo foi confirmado por ela mesma.

Clássico

Ao vivo também se percebe que o clássico do Luna é a cover para "Bonnie and Clyde". No disco, esta canção é, de longe, uma das melhores já feitas na história do rock. Sem exagero. E, ao vivo, Britta substitui muito bem Laetitia Sadier, do Stereolab, no dueto. O que não é muito fácil. Até Dean se empolgou e deu uns pulinhos desengonçados enquanto o público à frente do palco entrava numa histeria intimista, contida.
A grande surpresa do show foi a ausência de "4th of July", da antiga banda de Wareham, o Galaxie 500. Gravada no recente "Luna Live", esta música vinha sendo tocada nos últimos shows nos Estados Unidos e, nas entrevistas antes de embarcar para o Brasil, Dean prometeu aos fãs que ela estaria no set list.
Erro perdoado. Quem abre o show sussurrando um relacionamento com uma garota que nunca pede, sempre grita, mas que ele corre para ela assim mesmo, pode se dar ao luxo de mudar um repertório tão belo e invejável por dois motivos.
O primeiro, é que poucas bandas conseguem compor tantas músicas de impacto emotivo no público. O segundo, é a coragem e competência musical de manter ao vivo o estilo "música para ouvir" que recheia a discografia do Luna. Salve Dean Wareham e obrigado aos produtores da turnê brasileira!

Entrevista

Andhye IoreNa seção "O Que Dean está lendo e ouvindo" do site do Luna, há várias referências a cinema. Assim como nas canções do Luna. Por que a fascinação com cinema em sua vida?
Dean Wareham
- O cinema está à nossa volta, impregnando nossa vida e permanecendo em nossa consciência. Eu sei que não sou o único interessado em cinema.
Você tem idéia de quanto o Galaxie 500 é importante no mundo do rock?

Tenho certeza que influenciamos várias pessoas a montarem bandas, o que pode ser algo bom ou ruim. Nós não precisamos reinventar a guitar music, mas tivemos sorte em descobrir nossa própria sonoridade de maneira especial.
Perguntei isso porque no Brasil, o G500 tem o mesmo status (até mais) que o Luna...

É legal saber isto.
Bandas como Stereolab, Luna, Yo La Tengo e Belle & Sebastian tem músicas no estilo bossa nova. Você conhece algo sobre este gênero musical brasileiro?

Me parece que está voltando a ser popular novamente nos Estados Unidos. Mas, provavelmente, é mais no Japão. Talvez, muitas bandas estão tocando bossa nova sem ter o que fazer. A minha bateria eletrônica tem uma opção de bossa nova que usamos em "4000 Days". De qualquer maneira, não sou um especialista, mas quem não gosta de João Gilberto e Antônio Carlos Jobim? Sou fã do álbum que o Sinatra fez com o Jobim. (N. R.: "Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim", disco com dez canções lançado em 1967, pela Reprise.)
Você fica chateado quando as pessoas comparam o Luna ao Velvet Underground ou isto te deixa orgulhoso?

Bom, não acho que isto seja correto, estou um pouco cheio disto. Mas, ao mesmo tempo, o Velvet Underground é uma das minhas bandas favoritas, é claro. Prefiro eles aos Beatles.
O fato de vocês terem tocado com o VU em 1993 foi como um sonho pra você?

Bem, naturalmente, você fica nervoso estando próximo às pessoas que você tem grande admiração. Mas, eles foram legais conosco.
A turnê brasileira terá nove shows... geralmente, as bandas internacionais não fazem tantos shows assim por aqui. Quais são as suas expectativas?

Nós vamos tocar as canções que estamos tocando em nossa turnê. Não tenho idéia do que vou encontrar aí.
No álbum mais recente, "Luna Live", vocês gravaram "4th of July" do G500. Os fãs brasileiros terão a sorte de ouvir alguma música do G500 na turnê brasileira?

Provavelmente, tocaremos esta música. Talvez, aprenderemos outra. Mas, geralmente, nos limitamos ao catálogo do Luna.
No Brasil, as gravadoras não contratam bandas que cantam em inglês. Qual a sua opinião sobre isso, uma vez que várias bandas de outros países fazem sucesso cantando em inglês e não em sua língua original?

Algumas bandas européias estão cantando em inglês. Mas, acho que é melhor cantar em sua própria língua... e, o português soa bonito para mim.
O Luna vem tendo problemas com gravadoras. Por que isto acontece uma vez que vocês gravam bons discos,tem um bom conceito na mídia e muitos fãs em todo o mundo?

Acho que é parte do mundo da música, que está mudando rapidamente nestes dias. Se você grava discos, terá problemas contratuais da mesma maneira.
Luna tem um site com material sobre a banda. O quanto a internet é importante para vocês?

Nós não fazemos muita coisa com a internet, mas tentamos fornecer um pouco de informação sobre o que estamos fazendo. Em breve, colocaremos alguns vídeos também.
Vocês já trabalharam com pessoas conceituadas e tem um círculo de amigos legais no mundo da música. Você acha que a sonoridade do Luna atrai coisas positivas?

O nosso relações públicas anterior, quando estávamos na Elektra, dizia que a música do Luna tem o poder de curar, mas não resolvemos seus problemas. Sei que os melhores momentos da minha vida foram ouvindo música. Felizmente, temos este efeito para as pessoas que gostam de nós.
Desde o G500, você grava covers. Como você escolhe as músicas que ganharão uma versão?

Na maior parte, escolhemos artistas que respeitamos. Com exceção do Guns’n’Roses. Não há um sistema exato para isso.
No álbum "Days of Our Nights" vocês gravaram uma cover "não séria" – "Sweet Child O’Mine". Por que você escolheu esta canção?

Gostamos desta música e ela foi gravada originalmente como lado B de um single. Ouvi boatos que o Guns’n’Roses não a escreveu, que eles compraram a música de uma pessoa.
Vocês estão no estúdio gravando o disco novo e você tem um pequeno estúdio na sua casa. Como você trabalha com a tecnologia?

Não sou um perito com as novas tecnologias e não sei como fazer música no meu computador. Mas, trabalhamos com pessoas que sabem essas coisas. Geralmente, fazemos discos da maneira antiga: sentando e gravando em fita analógica de 2 polegadas.
No novo disco será lançado no início de 2002. Você pode adiantar alguma coisa para nós?

Não acho que terá alguma cover neste disco. Embora, talvez no Brasil, solicitaremos a inclusão de bônus no cd. Não mudamos nosso som drasticamente, mas acho que teremos um disco melhor desta vez.

Comentário do show e entrevista em: Entrevista em: http://www.odarainternet.com.br/supers/musica/luna-entre.htm

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"A million, a billion, a trillion stars..."


I will admit, right off, that I teared up during the opening of Tell Me Do You Miss Me, the documentary film of Luna's farewell tour over the end of 2004 and early part of 2005. In the sequence in question, the band has just finished playing "Fuzzy Wuzzy" to finish the main set of their last-ever show on February 28, 2005 at New York City's Bowery Ballroom (at least according to the setlist) and are bidding farewell to the audience and to themselves.
Tell Me Do You Miss Me is full of these wistful, bittersweet moments - watching the band going about the shows knowing full well that the end was nigh is a strange perspective. The interviews with each of the band members are also quite revealing, particularly when it addresses the dynamic between Dean Wareham and Sean Eden, which is logical since they're the longest-serving remaining band members. It's not hostile or
Some Kind Of Monster dyfunctional, but is interesting to watch. I haven't listened to the commentary track with all the band members yet, but I can't wait to hear what, if anything, Wareham and Eden have to say about the scenes where they talk about one another. I am actually holding off on watching it a second time through with the commentary because, well, this DVD is probably the last new Luna release of any kind there'll ever be and I'm loathe to finish it for good. Stupid? Yes. It's also worth mentioning that the film itself is beautifully shot and assembled, perfectly balancing the live, backstage and interview footage.
But mainly, watching this film really brought home just how much I loved this band. Certainly enough to get me, who is loathe to hoof it to a venue more than 20 minutes away, to
fly to Chicago not one week after seeing their farewell Toronto show to say goodbye one more time. Though I arrived a little late to the party (I only discovered them after taking a complete flyer on Bewitched in Summer 1999, note unheard) they're easily one of my top two or three favourite bands ever. Cryptic, playful, laid back and musically perfect, there will probably never be another band that will be for me what Luna was. Read over some of the rememberances in the farewell tour fan blog and you'll see I'm not alone.
Obviously, the DVD is a must-have for any Luna fan, if only to see
this photo in the booklet and to see me get a liner note credit. There are some murmurs that the soundtrack to the film, which was comprised of instrumental pieces contributed by all members of the band, may be released at some point. Now's a good time to repoint you to the interviews Head Full of Wishes, who has been on a tear posting old Luna audio and video, did with all the principals of the film - Britta, Lee, Sean and Dean as well as director Matthew Buzzell.
Rhino, who released the DVD as well as the
Best Of Luna and Lunafied comps, has got the trailer of the film online as well as a complete performance of "Bewitched" that doesn't appear in the film. There's also some live downloads available from Luna's own website.

Trailer:
Tell Me Do You Miss Me
Video:
Luna - "Bewitched" (MOV)
MP3:
Luna - "Friendly Advice" (live)
MP3:
Luna - "The Slow Song" (live in Toronto)

And where are they now? Dean and Britta carry on as
Dean & Britta and will release their second album early next year. Sean is working on solo material and also occasionally plays in Elk City - you can hear his distinctive guitar touches in the MP3 below. And according to the film, Lee is riding a bike around Los Angeles while also providing music for the television show South Of Nowhere.

MP3:
Britta Phillips & Dean Wareham - "Ginger Snaps"
MP3:
Elk City - "Silver Lawyers"

ArtVoice talks to Yo La Tengo's Ira Kaplan about the forthcoming I Am Not Afraid Of You And I Will Beat Your Ass, out September 12. Via LHB. Losing Today talks to Asobi Seksu's Yuki about sophomore album Citrus. And to finish off with the New York theme, here are my New York City photos as well as sets from The Met and MoMA.
Finally, completely un-NYC-related,
The Toronto Sun and London Free Press talk to Wilco's Jeff Tweedy while Halifax's The Coast chat with John Stirratt. Massey Hall tonight! My extra ticket was snatched up quickly, thankfully.

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DISCOGRAFIA

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Não deixe de ver, para a DISCOGRAFIA e mais um monte de coisas boas:
http://www.ugo.com/channels/music/features/bandsondemand/artist.aspx?artist=luna&cat=Indie&full=Luna


E, se quiser comprar:


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