quinta-feira, 16 de julho de 2009

CHUCK BERRY, O REI DO ROCK!
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Por Patativa Moog
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A propósito da vinda do VERDADEIRO Rei do rock ao Brasil*, recomendo que quem ainda não viu, veja o filme-documentário "Cadillac Records", que conta a história da gravadora Chess Records, cujo proprietário era o branco Leonard Chess. Foi esse cara que, não obstante as disputas raciais que incendiavam os EUA na época - e alguns negros eram incendiados literalmente, pela Ku Klux Klan -, acolheu artistas pobres e desconhecidos, como Muddy Waters, Little Walter, Willie Dixon, a fabulosa e estonteante Etta James (no filme ela é interpretada pela Beyoncé... uma delícia) e, adivinhem, Chuck Berry. Até a chegada desse aí, a gravadora foi a responsável pela divulgação e popularização do blues caipira (de 1940 em diante) entre os brancos, principalmente... só os negros da zona rural americana tocavam e ouviam esse tipo de música, e não havia nada gravado. Não tinha ainda o Elvis Presley na parada, nem Beatles, nem Stones... O estilo do Berry, para Chess, era uma coisa sem nome, e ele decide chamar aquilo de "rock and roll" – termo que foi cunhado, em 1951, pelo disc-jockey americano Albert James "Alan" Freed (15 de dezembro de 1921 – 20 de janeiro de 1965). Sem querer dar spoilers, porque não sou chato, os Rolling Stones aparecem (bem depois) ligeiramente no filme, dizendo que começaram a tocar por causa da música de Muddy Waters. Berry, no ápice de seu sucesso, será e ficará muito tempo preso - por haver comido uma menininha de 16 anos. Ele acusa a polícia de racismo, alegando que Jerry Lee Lewis (um branco), vivia com uma de 13... e quando ele ouve os Beach Boys cantando "Surfin in USA" quase tem um troço, alegando que a música é dele... no final do filme é mencionado que ele ganhou a ação que moveu contra a banda dos branquelos plagiadores – que eu, a bem da verdade, gosto muito. Enfim, um filmão que, como é dito por Ken Lombardo (da CBSNews.com), "mostra as verdadeiras origens do rock and roll". Quando Elvis é eleito "o rei do rock", não o é por acaso, e a "eleição", feita por brancos, elege não o "criador", mas a criatura. John Lennon, que eu gosto mais cantando do que falando, dizia que, "antes de Elvis, não existia nada", mas ele erra, e erra muito: ANTES DE ELVIS EXISTIA CHUCK BERRY. Foi o preconceito - Berry nem preto era, era/é um mestiço entre preto e índio - que lhe roubou o título. A História, até no rock and roll (que tem promessas de liberdade, et cetera), mais uma vez se mostra como "a história do vencedor". Justiça seja feita.
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A tempo: "Cadillac Records", de 2008, é escrito e dirigido por Darnell Martin, cuja filmograia você pode ver aqui:
http://www.imdb.com/name/nm0552140/
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Patativa Moog escreve sandices e anedotas sobre a vida real em:
www.patativamoog.blogspot.com
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* Chuck Berry fará um único show em Fortaleza, dia 22 de agosto de 2009 (sábado), no Siará Hall (Av. Washington Soares, 3199 - Edson Queiroz).
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OLHA QUE BELEZA!!!


2 comentários:

Olga Costa disse...

The Killer era casado com sua prima de apenas 13 anos! Tem um ótimo filme sobre a vida do Jerry Lee Lewis chamado Great Balls on Fire... bjs

MADALENA MOOG disse...

É isso mesmooo...
Eu que viagei quando escrevi o treco no texto - boa a observação.

Xêro, Olga querida.

Patativa