MARAVILHOSA QUEDA
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
O CINZA
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Chico César, Jaguaribe Carne, Baixinho do Pandeiro e Madalena Moog, em uma jam no Espaço Mundo, 17/09/2010. Momento histórico para a banda.
Chico César, por ele mesmo
FRONTEIRAS
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
A DIFÍCIL ARTE DE SE VIVER DE ROCK EM JOÃO PESSOA

terça-feira, 14 de dezembro de 2010
INVENTÁRIO
domingo, 12 de dezembro de 2010
DELÍRIO E DESTRUIÇÃO... “Diário” de uma noite bem rock and roll
Delírio e Destruição, mais do que dizem os dicionários sobre esses substantivos masculino e feminino, respectivamente, são também dois personagens importantíssimos na grande obra do inglês Neil Gaiman, a aclamada e enorme série Sandman (10 arcos completos, mais de duas mil e quinhentas páginas desenhadas por um respeitoso time de artistas), ou Sonho – personagem inspirado em Robert Smith, da The Cure; o Lúcifer, quando aparece, tem cara de David Bowie. Delírio é uma menininha de cabelos coloridos e olhos também: um azul e outro verde. E como o seu nome diz, ela vive em constante “transe” e criando alucinações, viagens. Destruição, por sua vez, é um brutamontes, mas com espírito de artista – pintor e músico. Tudo o que é destruído ou se destrói, dá lugar a algo novo, e às vezes melhor. Delírio e Destruição, aqui, servem como metáfora para tudo o que direi no resto do texto. Os dois, juntamente com Sonho, Morte, Desejo, Destino e Desespero, na obra de Gaiman, formam os sete Perpétuos (the Endless), que não são exatamente “deuses” ou “semi-deuses”, mas manifestações antropomórficas das características peculiares presentes em todas as pessoas.

Sandman: Robert Smith e T.S.Eliot: “Vou revelar-te o que é o medo num punhado de pó...”
Todo esse pano de fundo é preparação para o tiro ligeiro que é esta descrição das minhas aventuras no sábado/domingo passados (11/12 de Dezembro de 2010).
Mesmo tendo dormido bastante tarde, na sexta, precisei acordar cedo para tratar sobre e rescisão contratual do apartamento que moro, aqui em Bancários. O proprietário, sujeito gente boa, só apareceu quase 14:00, saiu por volta das 15:00. Depois de resolvida essa questão, entrei em contato com Jesuíno e Renato, para saber se eles já estavam lá em nosso point sabatino: o quiosque do Amauri, em frente ao Clube Cabo Branco, em Miramar. Uma amiga nossa, de Porto Alegre, estava visitando a cidade, e estaria (e esteve) lá com a gente. Marcelo Nocera, que eu não sabia que iria ao nosso encontro, foi. Olga, que disse que apareceria por lá, não apareceu. Mas, enfim e afinal, nossos encontros são sempre muito divertidos. Tão divertidos que, parece, o tempo anda mais rápido por ali.
Por volta das 20:00 eu liguei para o Degner, para confirmar o horários dos shows lá no Papagaio Pirata que, como todos sabem (ou as pessoas mais ligadas em cultura alternativa em João Pessoa), reabriu. “Começa às 23:00, Patativa”, ele disse. “Beleza, man”, agradeci. Cerveja gelada, conversa animada, tempo passando. Fiquei em um dilema: vir para casa e, além de isso praticamente ser o tempo de vir e voltar para o Papagaio, ou ir direto para lá e esperar que começasse. Foi o que fiz.
O “novo” Papagaio está bem melhorado – mas ainda pode melhorar bem mais. Lá pelas tantas chegaram os nossos amigos Halisson, Guanambi e Gabriel. E esses loucos me fariam bater o meu próprio record de permanência acordado e na folia. A primeira banda a tocar foi a Retrohollics Classic Rock, e depois a In The Mood faria o show de encerramento. Num intervalo lá, ainda no show da primeira, Ícaro Max (SquizoPop) surrupiou a guitarra de Ivan Leite e, acompanhado por Esaú, que surrupiou a bateria de Vitor Rocco, mandaram um cover tosco – bem tosco mesmo (e também, por isso, bem divertido) – de “God save the Queen”, da Sex Pistols. Não era justo o Degner continuar lá, monopolizando o baixo... Por isso que eu mesmo fui lá e, da maneira que pude, e depois de surrupiar o baixo dele (o melhor baixo que já “toquei” até hoje) dei a minha “enorme” contribuição a essa esculhambação toda. Todo mundo meio... delirante.
Depois que os show acabaram lá pelo Papagaio, decidimos ir ao Carboni – bar que fica ao lado do Bebe Blues, e que está sendo aquilo que o Bebe foi nos seus momentos mais gloriosos. Lugar para shows e cerveja com preços justos. Constatação do óbvio: já não se pode dizer que, na praia, não tenha espaço para as bandas alternativas, independentes, autorais.
De conversa, por lá, vimos o dia clareado e, maldita boca, alguém sugeriu: vamos tomar a saideira na beira-mar? Todos: vamos! E fomos. E aí o tempo se estendeu, garrafa após garrafa. E quando o meu relógio dizia que eram 07:20, eu pensei: “Vou sacanear com Renato, e fazer um favor a ele: acordá-lo para a vida”. Liguei, e ele, sem a experiência do nosso mestre Jesuíno – para quem fiz a mesma patifaria, mas o telefone dava como desligado –, estava com o telefone ligado e, pior, atendeu, com voz rouca: “Fala, Patativa”, e aí o resto foi só de coisas como: “Venha ver que sol lindo, rapaz. Acorde pra Jesus! Ou: tá com saudade da praia, é, nego?” Enfim, cumpri a minha obrigação de amigo que não deixa o outro perder o dia, passar o tempo.
A fome começou a bater e, evidentemente, não tínhamos mais dinheiro para comprar nada. Resultado: “Vamos aos caixas do Pão de Açúcar do Bessa, e aí tiramos dinheiro para um café e, depois, podemos ir à praia, ali no Iate Clube da Paraíba, por trás do Golfinhos”. E foi o que aconteceu.
E o resto da história, sem fatos extraordinários, foi de risos delirantes e, para a minha pele, destruição da epiderme: braços, pescoço, costas, nariz... E é por isso que, se você me ver por aí, vai notar como estou vermelho. Quase 14:00, meu bom amigo Jesuíno liga para mim e, estando razoavelmente próximo, foi lá, me resgatar dessas “viagem” – meus outros amigos, ainda acesos, ficaram por lá, com alguns amigos deles que chegaram depois –... e ainda me deixou comer uma coxa do frango assado que ele levava pra casa. Minha carona foi até ali, Praça das Muriçocas. Entrei no ônibus e o cansaço bateu – era a areia do Sandman fazendo seu efeito*. Chegando em casa, eu não sabia se estava mais com fome do que com sono. Na dúvida, comi. Na sequência, depois de um enorme banho para tirar o sal e de me besuntar com hidratante, dormi até acordar... e havendo acordado, faço esse relato viajoso, mentiroso – porque eu disse que era pequeno, e não soube fazer ser. E fico pensando que, se eu inventar de corrigi-lo, acabo mesmo é apagando-o. Que fique assim, portanto.
Para terminar, quatro observações: 1) há vida inteligente na madrugada de sábado, sim; mas ela não está em nenhum programa da TV Globo; 2) há lugares (bares) legais e experimentais (indie) na praia, e no Centro Histórico a coisa está indo também (Vamos conquistar a cidade, gente!); 3) João Pessoa é a cidade mais linda do Brasil, e ainda não é tão violenta como outras que, também lindas, disputam essa vaga; 4) eu não tenho mais idade para tanta folia.
E é só, e já foi muito.
Sejam felizes, vivam! (Mas tenham juízo, e sejam responsáveis!) Depois da morte, meu bichim, puff...
Agora são 02:24 do comecinho da madrugada de... Segunda-feira, 13 de Dezembro; e eu ainda tenho sono atrasado para ser compensado.
sábado, 11 de dezembro de 2010
DUAS DOSES DE BR 101
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
PB Rock – Melhores de 2010
O estimado músico e jornalista Edy Gonzaga disse-me certa vez, sem ufanismo barato, que a nossa música independente tem quantidade e qualidade compatível com os melhores da região (e do país!). Tenho a certeza que esse período em 2010 foi um dos mais produtivos e interessantes que tivemos nos últimos anos.
Podemos fazer uma breve retrospectiva e um saudável exercício de auto-estima. Aqui cabe. Bem informal, o grupo PB Rock faz sua lista dos melhores do ano, sem caráter competitivo, mas como modelo agregador de integração ao meio, tendo uma visão atualizada desse cenário. O fato mais observado é o crescimento nas atividades e produções, com um notável teor de qualidade, motivo esse de orgulho para todos. Podemos enumerar vários pontos, mas para não cair no erro de omissão e na conversa muito longa, faço um breviário particular do que tenho visto e ouvido. Vejamos:
- A considerável quantidade de novos discos lançados (virtuais e ou físicos) - p.ex: Os Reis da Cocada Preta, Madalena Moog, Burro Morto, Madness Factory, Zé Viola Progressive Band, Scary Monsters, Elmo, Sex On the Beach, Nublado, Sem Horas, Bárbara, etc.
- Apesar da diminuição de espaços privados para shows, e demais eventos, tivemos grande intensidade de apresentações de bandas de fora e a execução de produções importantes como Festival Mundo e o Mafalda Sin Falda. Além dos produzidos pelas instituições públicas.
- O surgimento de novas bandas e projetos musicais que fortalecem na qualidade e diversidade da cena, como exemplo, temos os grupos Dalva Suada, Squizopop, Hazamat, Violet, Andada, Ubella Preta, Varadouro Groove Orchestra e outros.
- Foi o ano de integração definitiva com a cena do interior, aproximando e integrando todo estado, desde a capital até o Sertão, em cidades como Campina Grande, Sousa e Cajazeiras.
- A consolidação de propostas culturais sustentáveis, como representação desse meio, para pleitear a participação dos governos e de empresas particulares na fomentação da cadeia produtiva local, vide os coletivos Mundo, Natora e Sanhauá, que inserem esse propósito nos seus objetivos.
- Além disso, temos a inclusão do estado no intercâmbio do cenário independente nacional. Hoje podemos afirmar que fazemos parte dessa rota (obrigatória) musical. Tivemos também uma maior inclusão na política cultural do governo municipal, realizando ótimos projetos públicos.
- Pra finalizar, a utilização expressiva, e racional, da Internet, para divulgação e propagação de todo esse contexto. A existência de sites, blogs, microblogs, comunidades, grupos de discussão, fóruns, entre outras ferramentas, contribuem bastante para essa realidade. Podemos citar alguns pessoais e outros comunitários de grande valor, como no caso do Carrinho PB Pop, Cenário Cultural, Música da Paraíba, Cult PB, Yellow Domain, Madalena Moog, Rarefeitoo, coletivos Natora e Mundo, entre outros.
Diante desses pontos, uma certeza: a união faz a força. A manutenção da independência requer a interdependência. Obviamente se faz necessário à participação de todos interessados para que a coisa progrida.
Shalom!
Bom, tomei, mais uma vez, a liberdade de fazer essa enquête dos Melhores de 2010. É uma sugestão básica. Quem desejar incluir a sua lista, dar opinião e fazer sugestões, fique a vontade. Participe e divirta-se!
Eis a minha:
Melhores PB Rock – 2010
Disco: “Samba pro seu dia” do Madalena Moog
Banda: Cabruêra
Show: Cabruêra no Festival Mundo
Revelação: Ubella Preta
Site: da revista Cenário Cultural
__________
Texto de Jesuíno André, para a lista PB Rock
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
A boa música da Paraíba: onde achar
Tempos atrás, eu me lembro, você saia à caça de álbuns de bandas e artistas locais e, puff, às vezes cansava - ou desistia - de procurar e, nada. Não é que isso, hoje, seja um "problema" do passado, mas muita coisa já mudou, e para melhor. Na lista de discussão PB Rock, idealizada por Jesuíno André, surgiu uma proposta (alô, Gerson!) de se criar um blog que disponibilizasse somente música produzida na Paraíba, não importando o estilo (rock, pop, forró, MPB, etc). Todos assentiram à proposta e, daí, surgiu nova discussão: Que nome dar ao blog, para bem identificá-lo? Depois de várias sugestões, Música da Paraíba pareceu ser o nome do agrado de quase todos. Mas havia um pequeno "problema": já havia um blog com esse nome, e com a mesma proposta - só que mais fincado em música regional, e variantes dela. Decidiu-se entrar em contato com o dono do blog (era Raoni) e propor uma parceria, revitalizando-o (as postagens, na época, eram bem escassas e antigas). Foi o que fez a lindíssima Mari Boop, com a maior das boas vontades. Assim, e desde então, ela, Raoni e Gerson mantêm o blog sempre atualizando, despejando aí toda a produção da boa música da Paraíba, conforme vão encontrando os materiais (CDs, EPs, etc), ou conforme os mesmos lhes vão sendo enviados. Se você tem banda com CDs ou EPs gravados (mp3 mais capinha frontal), ou se é um artista solo, com CDs ou EPs gravados, poderá enviá-los para mari.adcarneiro@gmail.com Eles serão disponibilizados gratuitamente para download, sem ônus para qualquer parte, somente com a finalidade de divulgação. É o que, na descrição do blog, pode-se ler:
Blog para postagem de arquivos e troca de opiniões sobre a Música Paraibana. Música feita por quem nasceu aqui ou por quem vive aqui ou, ainda, por quem se identifica com as nossas particularidades, mas que fala para o mundo. As postagens pretendem compartilhar o prazer em divulgar o cancioneiro paraibano, sem objetivos comerciais. Nesse sentido, os arquivos aqui inseridos estão voltados à divulgação e apreciação dos sons da Paraíba. De qualquer forma, se alguém se sentir prejudicado, basta nos enviar um e-mail para que o post seja retirado. Obrigado e sejam bem-vindos!
Mais recentemente, surgiu o Harmonice Musices Odhecathon: coisas que não se ouvem todo dia, mantido pelo meu entusiasmadíssimo amigo Matteo Ciacchi, também com a proposta de, como o próprio nome diz, oferecer músicas de álbuns produzidos em nosso Estado e que não são mais tão fáceis de achar. A descrição do blog, um Prelúdio, é como segue:
Bem vindos, senhoras e senhores, a mais um desses blogs destinados a compartilhar música difícil de encontrar de todos os cantos do mundo.
Não criei esse blog com nenhuma pretensão de fazer um blog que seja seguido por milhares de pessoas, que disponibilize as gravações de melhor qualidade, que seja referência no (vastíssimo) mundo de sites do tipo. Criei simplesmente porque existem algumas coisas que eu acho que precisam ser compartilhadas e que só se encontram com muita dificuldade - uma pequena contribuição no sentido de algum dia chegarmos ao estado em que será possível encontrar tudo na internet. Até lá, irei postando. E não esperem nenhuma freqüência fixa de postagens ou foco em um tipo específico de música... aliás, não esperem nada. Só espero que eu possa fazer você escutar alguma coisa que você não escutaria normalmente.
Porque existem mais coisas entre céu e terra do que supõe nossa vã filosofia.
Bons downloads.
E parece que isso é o suficiente, por hora.
Visite o Harmonice Musices Odhecathon: http://odhecaton.blogspot.com/
Visite o Música da Paraíba: http://musicadaparaiba.blogspot.com/