quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Nossos chegados,

Os Reis da Cocada Preta


Firmes e fortes na crença de que o rock pode mudar as pessoas, fazer pensar e agir diferente, Os Reis da Cocada Preta fizeram o pré-lançamento do seu novo disco no dia 29 de julho, no Espaço Mundo, com pocket show para convidados, lançamento do videoclipe de “Esse é o meu país”, disponibilização do novo álbum do grupo na internet no endereço www.myspace.com/osreisdacocadapreta, e já se preparam para o lançamento oficial junto com uma tour nordeste para divulgação desse novo material. Nas oito faixas, os caras deixam claro que matem a preocupação com questões sociais e ambientais presentes em outros trabalhos, mas não conseguem esconder a maturidade musical que reverbera por cada nova nota e poesia das letras.

Na estrada desde 2006, a banda paraibana acaba de finalizar seu terceiro trabalho, que, assim como o primeiro, leva apenas o nome do grupo, mas demonstra uma nova fase que não foge do rock e chega para o público com um estilo mais definido e encontrado. Com Jansen de Carvalho (Janz) no vocal e guitarra, Felipe ‘Ceará’ no baixo, Diego Miranda na bateria e Valter Pedrosa na guitarra, Os Reis viajaram do indie rock com inspiração no som americanizado para se encontrar agora numa essência mais alternativa que explora a musicalidade brasileira.

Jansen Carvalho, vocalista da banda e compositor da maioria das letras, conta que no primeiro CD, lançado em 2007, estavam mais evidentes as questões sociais e as temáticas que refletiam coisas que aconteciam na sua vida, assim como no segundo trabalho, lançado em 2009. “Mas nesse novo CD expressamos um amadurecimento tanto musicalmente quanto nas letras que revelam uma preocupação em me colocar no lugar do outro e olhar as coisas de uma perspectiva diferente”, explica Janz.

E pra quem acha que para fazer rock de verdade é preciso fugir de letras profundas e apenas carregar no som e em músicas que falem de sexo e drogas, Os Reis não se importam. Janz acredita que o rock ainda é capaz de mudar as pessoas, de fazer pensar, agir, chorar, gritar, que seja, desde que desperte sensações e incomode.

Seja em músicas como ‘Sr. Wheeler’, criada a partir de um vídeo que retrata a neurose de pateta no transito, ou com a ‘Fingindo que eu não vi’ que fala de como um cara enfrentou a perda da mãe quando tinha 10 anos, Os Reis engrossam a cena alternativa do rock paraibano com muita energia e sensibilidade.

“Não acho que só porque o que tocamos é rock que todas as músicas têm que ter uma temática rebelde. O rock tem que fazer sentido na vida das pessoas, temos a música de Renato Russo, de Cazuza para provar isso. Não me preocupa se o que escrevo e canto é bonitinho demais pra ser rock. Me preocupo que seja poético e transmita algo para quem escuta”, afirma Janz.

Nos quatro anos de estrada, a banda conquistou grande aceitação e visibilidade pelo público que arrastava aos shows e pelo alcance de cada cd ou clipe proporcionado pela internet. Em 2007, quando lançaram o primeiro CD, alcançaram com o clipe ‘Monólogo sobre a mudança’ o ranking durante três dias de vídeo mais visto no Youtube e colecionaram mais de 20 mil acessos em 15 dias. Participaram dos festivais locais Aumenta que é Rock e Festival Mundo, além do Nordeste Independente, em Natal, e da participação nas Reuniões da Feira da Música. O último trabalho do grupo foi um EP lançado em 2009 chamado ‘De volta com meu eu’.

Assistam ao videoclipe da música “Esse é o meu país”, que ironiza a situação política do Brasil em pleno ano de eleição presidencial: http://www.youtube.com/watch?v=KQNhhyny7C0

Texto de Renata Escarião (do Corréio da Paraíba)

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